sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Saudade

1 mês... se passou apenas 1 mês do resto da minha vida sem meu avô. E sempre quando vc perde alguém vc tem aquela sensação de que não fez tudo o que poderia ter feito por aquela pessoa. Fica um vazio sem fim e você fica imaginando: ah! se eu tivesse falado eu te amo, se eu tivesse conversado mais, se eu tivesse abraçado mais, se eu tivesse estado mais com ele, se eu tivesse dado bom dia naquele dia que eu estava mal-humorada, ah...

E fica o remorso de tudo o que você poderia ter feito e não fez, se o tempo voltasse mas infelizmente não volta e não vai voltar nunca. E a saudade que já é grande aumenta cada vez mais, a saudade aumenta em cada lembrança, cada lágrima, cada sonho e até aquela piada contada milhares de vezes e que ninguém mais achava graça, agora nos faz rir e por muitas vezes chorar ao mesmo tempo.

Ainda tinha tanta coisa pra ser dita, pra ser falada, pra ser vivida. Tanta coisa que não teve tempo pra acontecer, se o tempo voltasse! E a saudade sempre vai existir, as boas lembranças nunca vão deixar nos esquecer e a certeza que mesmo longe ele está olhando por nós, por cada filho, por cada neto, cada neta (que ele fica imaginando o casamento) ameniza um pouco a dor de saber que você nunca mais verá aquele que por 23 anos foi uma das pessoas que mais te amou e se preocupou com você.

Tchau vô e mesmo sendo muito tarde... te amo!!!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Desassossego

Pq eu fui o Fernando Pessoa em outra vida...

'Irrita-me a felicidade de todos estes homens que não sabem que são infelizes. A sua vida humana é cheia de tudo quanto constituiria uma série de angústias para uma sensibilidade verdadeira. Mas, como a sua verdadeira vida é vegetativa, o que sofrem passa por eles sem lhes tocar na alma, e vivem uma vida que se pode comparar somente à de um homem com dor de dentes que houvesse recebido uma fortuna - a fortuna autêntica de estar vivendo sem dar por isso, o maior dom que os deuses concedem, porque é o dom de lhes ser semelhante, superior como eles (ainda que de outro modo) à alegria e à dor".

Fernando Pessoa.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Silêncio

E por um minuto desejei ardentemente ser surda... não ter que ouvir mais nada, não ter que ouvir mais gente sem-graça, não ter que ouvir mentira e nem besteira. Ah!Acho que nunca tinha desejado isso tão profundamente mas parece que quanto mais eu desejava mais a coisa piorava, as pessoas não paravam de falar e nem de fazer comentários que ninguém queria ouvir.

Enquanto eu ouvia aquele barulho ensurdecedor de gente que não tem o que falar, pensava comigo: Silêncio! Silêncio! Silêncio! Sim, naquele momento era única coisa que eu queria ouvir, ouvir o nada, ouvir a total ausência de ruídos mas aquelas pessoas insistiam em falar, falar, falar...

Puxa! É incrível como as pessoas perdem a ótima oportunidade de ficarem caladas, sempre tem alguma coisa a dizer ou a contar, e cada vez mais eu chego a conclusão de quem fala de mais, quase nunca tem algo realmente bom para falar. As pessoas têm medo do silêncio, porque se ficarem em silêncio vão estar só com elas mesmas e vão acabar descobrindo a chatice de ser quem elas são.

Às vezes é preciso calar, silenciar e ouvir... ouvir você, seus pensamentos, sentimentos, ouvir coisas que só o silêncio pode nos dizer mas só ouvir, ouvir, ouvir ... obrigada silêncio!